O DEUS QUE CREIO.

Creio no Deus desaprisionado do Vaticano e de todas as religiões existentes e por existir, Livre de teólogos, dos que se julgam salvos e dos que se crêem filhos da perdição, no Deus que não tem religião, criador do universo, doador da vida e da fé, presente em plenitude na natureza e nos seres humanos. Creio no Deus que, como o calor do sol, sinto na pele, sem no entanto conseguir fitar ou agarrar o astro que me aquece. Creio no Deus da fé de Jesus. Creio sobretudo que Deus crê em mim, em cada um de nós, em todos os seres gerados, pelo frágil fio de nosso ato de fé.

Fiquem na PAZ.

Pr. Emerson Alves.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Minha mãe (prosa)

A MINHA MÃE.

Hoje ao entrar por esta porta
E verte naquele canto, onde um dia em prantos deixei-te a chorar
Sinto um grito na alma que me traz lembranças.
Lembrança da criança que fui
Lembranças da proteção que me destes
Lembranças do que não aprendi.

Tinha que partir,
Minha mente clamava por conhecer, um mundo que eu idealizei
Mesmo que tinhas me dito ao contrário,
Tinha que saber.

Saí em busca do belo
Tentei encontrar o amor
Nas mulheres tentei achar o prazer o carinho
Nos homens tentei encontrar amizade
Nas crianças busquei afeto
E nas igrejas procurei a fé.

No trabalho encontrei somente o mínimo de sustento
Nas escolas encontrei drogados
Pessoas que não prezavam pela própria vida
Professores que não se importavam em ensinar.

Mãe por quantas vezes pensei voltar.
Mas tinha dentro de mim que ainda encontraria algo,
E fui procurando e me enganando pra ter um pouco de paz
Mãe era triste viver os dias, mas lindas certas noites,
Sonhava que sentado ao seu lado falávamos de coisas lindas,
Algumas que sequer realmente chegamos a viver.

Os anos passam tão depressa mãe,
Consegui ter algum sucesso e ser até respeitado
Tinha carro, casa, amigos e amores
Como somos cegos mãe...

Mas o mesmo tempo que nos traz coisa também vem buscar
Leva nossa saúde, nossa força de lutar, nossa dignidade
E ai passamos a outra faze
De tentar agradar a todos por algumas migalhas
E vivendo da caridade de alguns e do desprezo de outro esperamos
Os dias são infinitos,

Lembro-me muito bem de tudo que sofreu
De você chorar ao se lembrar das pessoas que te machucaram
De suas histórias que às vezes nos faziam rir
Dos seus conselhos sábios que deveria ter escutado.





Na caída conheci pessoas inúteis pela visão da sociedade
Pessoas que apenas não tiveram sorte
Pessoas que trabalhou duro
Pessoas que ajudaram e foram esquecidas
Pessoas que não podem machucar
E se tornam presas fácil assim como eu também sou

Freqüentei lugares que tenho vergonha de te contar
Bebi em tabernas sujas com bêbado delirantes
Delirante como eu também fiquei
De um pesadelo em que não se acorda dia e noite

Resolvi voltar pra casa
Ter de volta o seu refugio
E hoje ao verte no mesmo canto, onde um dia deixei-te em prantos
Percebo que perdi todo meu tempo
Fiz-te perder o nosso tempo junto e não vamos mais conversar.
Seu tempo aqui na terra acabou. Durma em paz mamãe.