O DEUS QUE CREIO.

Creio no Deus desaprisionado do Vaticano e de todas as religiões existentes e por existir, Livre de teólogos, dos que se julgam salvos e dos que se crêem filhos da perdição, no Deus que não tem religião, criador do universo, doador da vida e da fé, presente em plenitude na natureza e nos seres humanos. Creio no Deus que, como o calor do sol, sinto na pele, sem no entanto conseguir fitar ou agarrar o astro que me aquece. Creio no Deus da fé de Jesus. Creio sobretudo que Deus crê em mim, em cada um de nós, em todos os seres gerados, pelo frágil fio de nosso ato de fé.

Fiquem na PAZ.

Pr. Emerson Alves.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Hermenêutica Metodologia de Ensino

HERMENÊUTICA

"Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." (II Tm. 3.16,17)

"Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." (2 Pd 1.20,21)

"Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e decaiais da vossa firmeza." (2 Pd 3.16,17)

Introdução

De muitas maneiras os homens se diferem entre si e esse fato, naturalmente, faz com que eles distanciem mentalmente uns dos outros na capacidade intelectual, no gosto estético, na qualidade moral e etc.

Alguns foram instruídos em conhecimentos intelectuais e outros não tiveram estas oportunidades e isto provoca divergências de interpretação.

Apesar destas divergências entre os homens, Deus tem um plano para os mesmos e este está revelado na Bíblia Sagrada.

Este plano de Deus traça um mesmo caminho para reunir uma grande família em Cristo Jesus, com a unificação dos povos sem distinção de cor, raça, sexo, nacionalidades, condições social e econômica. (Gl 3.28; Cl 3.11)

Diante deste quadro a aplicação da hermenêutica será imprescindível a unificação do conhecimento do Plano da Salvação para com todos os homens da terra.

Origem

A palavra HERMENÊUTICA é derivada do termo grego HERMENEUTIKE e o primeiro homem a empregá-la como termo técnico foi o filósofo Platão.

Definição

A hermenêutica é a ciência que estabelece os princípios, leis e métodos de interpretação. Em sua abrangência trata da teoria da interpretação de sinais, símbolos de uma cultura e leis.

Divisão

A divisão da hermenêutica é reconhecida como geral e específica. A geral é aquela que se aplica à interpretação de qualquer obra escrita. A específica é aquela que se aplica a determinados tipos de produção literais tais como: Leis, histórias, profecias, poesias, etc e que será tratada neste estudo por estar dentro do campo de aplicação a literatura sacra – A BÍBLIA como inspirada Palavra de Deus. (II Tm 3.16)

I – A NECESSIDADE DA HERMENÊUTICA

O pecado obscureceu o entendimento do homem e exerce influência perniciosa em sua mente e torna necessário o esforço especial para evitar erros. (II Pd 3.16 e De 7.10)

A aplicação e a conservação do caráter teológico da hermenêutica estão vinculadas ao recolhimento do princípio da inspiração divina da Bíblia Sagrada.

II – DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO DAS ESCRITURAS

Assim como para apreciar devidamente a poesia se necessita possuir um sentido especial para o belo e poético, e para o estudo da filosofia é necessário um espírito filosófico, assim é da maior importância uma disposição especial para o estudo proveitoso da Sagrada Escritura.

1. Necessita-se de um espírito respeitoso.

Um filho que não respeita, que caso fará dos conselhos, avisos e palavras de seu pai? A Bíblia é a revelação do Onipotente. "O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito, e que treme da minha palavra." (Is 66.2)

2. Necessita-se de um espírito dócil.

Isto significa ausência de obstinação e teimosia diante da revelação divina. É preciso receber a Palavra de Deus com mansidão. (Tg 1.21)

3. Necessita-se de um espírito amante da verdade.

Um coração desejoso de conhecer a verdade (Jo 3.19-21)

4. Necessita-se de um espírito paciente.

Como o garimpeiro que cava e revolve a terra, buscando com diligência o metal precioso, da mesma maneira o estudioso das Escrituras deve pacientemente, buscar as revelações que Deus propôs e que em algumas partes é bastante profunda e de difícil interpretação.

5. Necessita-se de um espírito prudente.

Iniciando a leitura pelo mais simples e prosseguir para o mais difícil. "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus... e ser-lhe-á concedida." (Tg 1.5)

III – MÉTODOS DA HERMENÊUTICA

Método é a maneira ordenada de fazer alguma coisa. É um procedimento seguido passo a passo com o objetivo de alcançar um resultado.

Durante séculos os eruditos religiosos procuraram todos os métodos possíveis para desvendar os tesouros da Bíblia e arquitetar meios de descobrir os seus segredos.

1. Método Analítico

É o método utilizado nos estudos pormenorizados com anotações de detalhes, por insignificantes que pareçam com a finalidade de descrevê-los e estudá-los em todas as suas formas. Os passos básicos deste método são:

a) Observação – É o passo que nos leva a extrair do texto o que realmente descreve os fatos, levando também em conta a importância das declarações e o contexto;

b) Interpretação – É o passo que nos leva a buscar a explicação e o significado (tanto para o autor quanto para o leitor) para entender a mensagem central do texto lido. A interpretação deverá ser conduzida dentro do contexto textual e histórico com oração e dependência total do Espírito Santo, analisando o significado das palavras e frases chaves, avaliando os fatos, investigando os pontos difíceis ou incertos, resumindo a mensagem do autor a seus leitores originais e fazer a contextualização (trazer a mensagem a nossa época ou ao nosso contexto);

c) Correlação – É o passo que nos leva a comparar narrativas ou mensagem de um fato escrito por vários autores, em épocas distintas em que cada um narra o fato, em ângulos não coincidentes como por exemplo a mesma narrativa descrita em Mc 10.46 e Lc 18.35, onde o primeiro descreve "saindo de Jericó" e o segundo "chegando em Jericó";

d) Aplicação – É o passo que nos leva a buscar mudanças de atitudes e de ações em função da verdade descoberta. É a resposta através da ação prática daquilo que se aprendeu.

Um exemplo de aplicação é o de pedir perdão e reconciliar-se com alguém ou mesmo o de adoração à Deus.

2. Método Sintético.

É o método utilizado nos estudos que abordam cada livro como uma unidade inteira e procura o seu sentido como um todo, de forma global. Neste caso determina-se as ênfases principais do livro ou seja, as palavras repetidas em todo o livro, mesmo em sinônimo e com isto a palavra-chave desenvolve o tema do livro estudado. Outra maneira de determinar a ênfase ou característica de um livro é observar o espaço dedicado a certo assunto. Como por exemplo, o capítulo 11 da Epístola aos Hebreus enfatiza a fé e em todos os demais capítulos ela enfatiza a palavra SUPERIOR. (De acordo com a versão Almeida Revista e Atualizada – ARA).

SUPERIOR:

a) Aos anjos – 1.4; f) Ao sacrifício – 9.23; l) Ao sacerdócio – 5 a 7;

b) A aliança – 7.22; g) Ao patrimônio – 10.34;

c) A bênção – 7.7.; h) A ressurreição – 11.35;

d) A esperança – 7.19; i) A pátria – 11.16;

e) A promessa – 8.6; j) A Moisés – 3.1 a 4;

3. Método Temático

É o método utilizado para estudar um livro com um assunto específico, ou seja, no estudo do livro terá um tema específico definido. Como exemplo temos a FÉ:

a) Salvadora – Ef. 2.8; d) Grande – Mt 15.21 a 28;

b) Comum – Tt 1.4; Jd 3; e) Vencedora – I Jo 5.4;

c) Pequena – Mt 14.28 a 31; f) Crescente – II Ts 1.3.

4. Método Biográfico de Estudo da Bíblia

Esta espécie de estudo bíblico é divertida, pois você tem a oportunidade de sondar o caráter das pessoas que o Espírito Santo colocou na Bíblia, e de aprender de suas vidas. Paulo, escrevendo aos Coríntios, disse: "Estas cousas lhes sobrevieram como exemplo, e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado." (I Cor. 10.11)

Sobre alguns personagens bíblicos muito foi escrito. Quando você estuda pessoas como Jesus, Abraão e Moisés, pode precisar restringir o estudo a áreas como, "A vida de Jesus como nos é revelada no Evangelho de João", "Moisés durante o Êxodo", ou "Que diz o Novo Testamento sobre Abraão". Lute sempre para manter os seus estudos bíblicos em tamanho manejável.

  1. Estudo Biográfico Básico.

PASSO UM – Escolha a pessoa que você quer estudar e estabeleça os limites do estudo (por exemplo, "Vida de Davi, antes de tornar-se rei"). Usando uma concordância ou um índice enciclopédico, localize as referências que têm relação com a pessoa do estudo. Leia-as várias vezes e faça resumo de cada uma delas.

1) – Observações – Anote todo e qualquer pormenor que notar sobre essa pessoa. Quem era? O que fazia? Onde morava? Quando viveu? Por que fez o que fez? Como levou a efeito? Anote minúcias sobre ela e seu caráter.

2) – Dificuldades – Escreva o que você não entende acerca dessa pessoa e de acontecimentos de sua vida.

3) – Aplicações possíveis – Anote várias destas durante o transcurso do seu estudo, e escreva um "A" na margem. Ao concluir o seu estudo, você voltará a estas aplicações possíveis e escolherá aquela que o Espírito Santo destacar.

PASSO DOIS – Com divisão em parágrafos, escreva um breve esboço da vida da pessoa. Inclua os acontecimentos e características importantes, declarando os fatos, sem interpretação. Quando possível, mantenha o material em ordem cronológica.

b) Estudo Biográfico Avançado.

Os seguintes passos podem ser acrescentados quando você achar que o ajudarão em seus estudos biográficos. São facultativos e só devem ser incluídos progressivamente, à medida que você ganhe confiança e prática.

Trace o fundo histórico da pessoa. Use um dicionário bíblico para ampliar este passo somente quando necessário. As seguintes perguntas haverão de estimular o seu pensamento.

1) – Quando viveu a pessoa? Quais eram as condições políticas, sociais, religiosas e econômicas da sua época?

2) – Onde a pessoa nasceu? Quem foram seus pais? Houve alguma coisa de incomum em torno do seu nascimento e da sua infância?

3) – Qual a sua vocação? Era mestre, agricultor, ou tinha alguma outra ocupação? Isto influenciou o seu ministério posterior? Como?

4) – Quem foi seu cônjuge? Tiveram filhos? Como eram eles? Ajudaram ou estorvaram a sua vida e o seu ministério?

5) – Faça um gráfico das viagens da pessoa. Aonde ela foi? Por que? Que fez?

6) – Como a pessoa morreu? Houve alguma coisa extraordinária em sua vida?

5. Método de Estudo Indutivo.

a) O método indutivo se baseia na convicção de que o Espírito Santo ilumina a quem examina as escrituras com sinceridade, e que a maior parte da Bíblia não é tão complicada que quem saiba ler não possa entendê-la. Os Judeus da Bereia foram elogiados por examinarem cada dia as escrituras "se estas coisas eram assim". (At 17.10,11)

b) É óbvio que obras literárias tem "partes" que se formam no "todo". Existe uma ordem crescente de partes, de unidades simples e complexas, até se formarem na obra completa.

c) A unidade literária menor, que o Estudo Bíblico Indutivo (EBI) emprega, é a palavra. Organizam-se palavras em frases, frases em períodos, períodos em parágrafos, parágrafos em seções, seções em divisões, e por fim, a obra completa.

PALAVRA – Unidade menor;

FRASES – Reunião de palavras que formam um sentido completo;

PERÍODO – Reunião de frases ou orações que formam sentido completo;

PARÁGRAFOS – Um discurso ou capítulo que forma sentido completo, e que usualmente se inicia com mudança de linha.

SEÇÃO – Parte de um todo, divisão ou subdivisão de uma obra, tratado, estudo.

IV – EXEGESE

Exegese é o estudo cuidadoso e sistemático de um texto para comentários, visando o esclarecimento ou interpretação do mesmo. É o estudo objetivando subsidiar o passo da interpretação do método analítico da hermenêutica. Este estudo é desenvolvido sob as indagações de um contexto histórico e literário.

1. Pré-requisitos para uma boa exegese.

a) Tenha uma vida afinada com o Espírito Santo, pois Ele é o melhor interprete da Bíblia – (Jo 16.13; 14.26; I Cor 2.9 e 10; I Jo 2.20 e 27);

b) Vá você mesmo diretamente ao texto não permitindo que alguém pense por você, evitando assim a dependência de outra pessoa para que você desenvolva ao máximo o seu potencial próprio.

c) Procure o significado de cada palavra dentro do seu contexto. Deve ser tomado conforme o sentido da frase nas Escrituras, porque as palavras variam muito em suas significações.

2. Aplicação da exegese.

A aplicação da exegese é realizada a partir das indagações básicas sobre o contexto e o conteúdo do texto em exame.

a) Texto – O capítulo, parágrafo ou porção bíblica que encerra uma idéia completa, que se pretende estudar. Ex.: Mateus 5.1-12; I Coríntios 11.1-3; João 14,6, etc.

b) Contexto – A parte que antecede o texto e a parte que é precedida pelo texto. Ex.: Texto João 14.6, Contexto Gênesis 1.1 a João 14.5 e João 14.7 a Apocalipse 22.21.

Obs.: As vezes tomando-se o contexto próximo do texto, é o suficiente para uma interpretação correta. Outras vezes será necessário lançar mão do capítulo inteiro, ou do livro inteiro, ou ainda da Bíblia toda.

V – REGRAS FUNDAMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO

Não devemos nos esquecer que a primeira pessoa a interpretar as Escrituras, de forma distorcida, foi o diabo. Ele deu à palavra divina um sentido que ela não tinha, falseando astutamente a verdade. (Gn 3.1)

Os seus imitadores, conscientes e inconscientes, têm perpetuado este procedimento enganando à humanidade com falsas interpretações das Escrituras Sagradas.

A maior de todas as regras é: A ESCRITURA É EXPLICADA PELA PRÓPRIA ESCRITURA, ou seja, A BÍBLIA, SUA PRÓPRIA INTERPRETE.

1. Primeira Regra – É preciso, o quanto seja possível, tomar as palavras em seu sentido usual e comum.

Porém, tenha-se sempre presente a verdade de que o sentido usual e comum não eqüivale sempre ao sentido literal.

Exemplo: Gn 6.12 = A palavra CARNE (no sentido usual e comum significa pessoa)

A palavra CARNE (no sentido literal significa tecido muscular)

2. Segunda Regra – É de todo necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.

Exemplos: a) FÉ em Gl 1.23 = significa crença, ou seja, doutrina do Evangelho.

FÉ em Rm 14.23 = significa convicção.

b) GRAÇA em Ef 2.8 = significa misericórdia, bondade de Deus.

GRAÇA em At. 14.3 = significa pregação do Evangelho.

c) CARNE em Ef. 2.3 = significa desejos sensuais.

CARNE em I Tm 3.16 = significa forma humana.

CARNE em Gn 6.12 = significa pessoas.

3. Terceira Regra – É necessário tomar as palavras no sentido indicado no contexto, a saber, os versículos que estão antes e os que estão depois do texto que se está estudando.

No contexto achamos expressões, versículos ou exemplos que nos esclarecem e definem o significado da palavra obscura no texto que estamos estudando.

4. Quarta Regra – É preciso levar em consideração o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.

O objetivo ou desígnio de um livro ou passagem se adquire, sobretudo, lendo-o e estudando-o com atenção e repetidas vezes, tendo em conta em que ocasião e a quais pessoas originalmente foi escrito. Alguns livros da Bíblia já trazem estas informações. Ex.: Provérbios 1.1-4.

5. Quinta Regra – É necessário consultar as passagens paralelas, "explicando cousas espirituais pelas espirituais". (I Cor. 2.13)

Passagens paralelas são as que fazem referência uma à outra, que tem entre si alguma relação, ou tratam de um modo ou outro de um mesmo assunto.

Existe paralelos de palavras, paralelos de idéias e paralelos de ensinos gerais.

a) Paralelos de palavras – Quando lemos um texto e encontramos nele uma palavra duvidosa, recorremos a outro texto que contenha palavra idêntica e assim, entendemos o seu significado. Ex.: "Trago no corpo as marcas de Jesus." (Gl 6.17). Fica mais fácil o seu entendimento quando lemos a passagem paralela: "Trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus (I Cor. 4.10).

b) Paralelos de Idéias – Para conseguir idéia completa e exata do que ensina determinado texto, talvez obscuro ou discutível, consulta-se não somente as palavras paralelas, mas os ensinos, as narrativas e fatos contidos em textos ou passagens que se relacionem com o dito texto obscuro ou discutível. Tais textos ou passagens chamam-se paralelos de idéias.

Ex.: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja". (Mt 16.16) Quem é esta pedra? Se pegarmos em I Pd 2.4, a idéia paralela: "E, chegando-vos para ele, (Jesus) pedra viva..." entenderemos que a pedra é Cristo.

Outro exemplo: Em Gl 6.15, o que é de valor para Cristo é a nova criatura. Que significa esta expressão figurada? Consultando o paralelo de 2 Cor. 5.17, verificamos que a nova criatura é a pessoa que "esta em Cristo", para a qual "as cousas antigas passaram", e "se fizeram novas".

c) Paralelos de ensinos gerais – Para a correta interpretação de determinadas passagens não são suficientes os paralelos de palavras e de idéias, é preciso recorrer ao teor geral, ou seja, aos ensinos gerais das Escrituras.

Exemplos: - O ensino de que "o homem é justificado pela fé sem as obras da lei", só será bem compreendido, com a ajuda dos ensinos gerais na Bíblia toda.

- Segundo o teor ou ensino geral das Escrituras, Deus é um espírito onipotente, puríssimo, santíssimo, conhecedor de todas as cousas e em todas as partes presente. Porém há textos que, aparentemente, nos apresentam um Deus como o ser humano, limitando-o a tempo ou lugar, diminuindo em algum sentido sua pureza ou santidade, seu poder ou sabedoria; tais textos devem ser interpretados à luz dos ensinos gerais das Escrituras.

VI – FIGURAS DE RETÓRICA

Exporemos em seguida uma série de figuras com seus correspondentes exemplos, que precisam ser estudados detidamente e repetidas vezes.

1. Metáfora.

Esta figura tem por base alguma semelhança entre dois objetos ou fatos, caracterizando-se um com o que é próprio do outro.

Exemplo: Ao dizer Jesus: "Eu Sou a Videira Verdadeira", Jesus se caracterizou com o que é próprio e essencial da videira (pé de uva); e ao dizer aos discípulos: "Vós sois as varas", caracterizou-os com o que é próprio das varas.

Outros exemplos: "Eu Sou o Caminho", "Eu Sou o Pão Vivo", "Judá é Leãozinho", "Tu és minha Rocha", etc.

2. Sinédoque.

Faz-se uso desta figura quando se toma a parte pelo todo ou o todo pela parte, o plural pelo singular, o gênero pela espécie, ou vice-versa.

Exemplos: Toma a parte pelo todo: "Minha carne repousará segura", em vez de dizer: meu corpo. (Sl 16.9)

Toma o todo pela parte: "...beberdes o cálice", em lugar de dizer: do cálice, ou seja, parte do que há no cálice.

3. Metonímia.

Emprega-se esta figura quando se emprega a causa pelo efeito, ou o sinal ou símbolo pela realidade que indica o símbolo.

Exemplos: Jesus emprega a causa pelo efeito: "Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos", em lugar de dizer que têm os escritos de Moisés e dos profetas. (Lc 16.29)

Jesus emprega o símbolo pela realidade que o mesmo indica: "Se eu não te lavar, não tem parte comigo." Lavar é o símbolo da regeneração.

4. Prosopopéia.

Esta figura é usada quando se personificam as cousas inanimadas, atribuindo-se-lhes os feitos e ações das pessoas.

Exemplos: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (I Cor 15.55) Paulo trata a morte como se fosse uma pessoa.

"Os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas." (Is 55.12)

"Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram. Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar." (Sl 85.10,11)

5. Ironia.

Faz-se uso desta figura quando se expressa o contrário do que se quer dizer, porém sempre de tal modo que se faz ressaltar o sentido verdadeiro.

Exemplo: "Clamai em altas vozes... e despertará." Elias dá a entender que chamar por Baal é completamente inútil. (1 Rs 18.27)

6. Hipérbole.

É a figura pela qual se representa uma cousa como muito maior ou menor do que em realidade é, para apresentá-la viva à imaginação. É um exagero.

Exemplos: "Vimos ali gigantes... e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos... as cidades são grandes e fortificadas até aos céus." (Num. 13.33)

"Nem no mundo inteiro caberiam os livros que seria, escritos". (Jo. 21.25)

"Rios de águas correm dos meus olhos, porque não guardam a tua lei". (Sl 119.136)

7. Alegoria.

É uma figura retórica que geralmente consta de várias metáforas unidas, representando cada uma delas realidades correspondentes.

Exemplo: "Eu Sou o Pão Vivo que desceu do céu, se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne... Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna", etc. Esta alegoria tem sua interpretação nesta mesma passagem das Escrituras. (Jo 6.51-65)

8. Fábula.

É uma alegoria histórica, na qual um fato ou alguma circunstância se expõe em forma de narração mediante a personificação de cousas ou de animais.

Exemplo: "O cardo que está no Líbano, mandou dizer ao cedro que lá está: Dá tua filha por mulher a meu filho; mas os animais do campo, que estavam no Líbano, passaram e pisaram o cardo." (2 Rs 14.9) Com esta fábula Jeoás, rei de Israel, responde a proposta de guerra feita por Amazias, rei de Judá.

9. Enigma.

Exemplo: "Do comedor saiu comida e do forte saiu doçura." (Jz 14.14)

10. Tipo.

Exemplos: A serpente de metal levantada no deserto foi mencionada por Jesus como um tipo para representar sua morte na cruz. (Jo 3.14)

Jonas no ventre do grande peixe, foi usado como tipo por Jesus para representar a sua morte e ressurreição. (Mt 12.40)

O primeiro Adão é um tipo para Cristo o último Adão. (I Cor 15.45)

11. Símbolo.

Representa alguma cousa ou algum fato por meio de outra cousa ou fato familiar que se considera a propósito para servir de semelhança ou representação.

Exemplos: Representa-se: A majestade pelo leão, a força pelo cavalo, a astúcia pela serpente, o corpo de Cristo pelo pão, o sangue de Cristo pelo cálice, etc.

12. Parábola.

Apresentada sob a forma de narração, relatando fatos naturais ou acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de ilustrar uma ou várias verdades importantes.

Exemplos: O Semeador (Mt 13.3-8); Ovelha perdida, dracma perdida e filho pródigo (Lc. 15), etc.

13. Símile.

Procede da palavra latina "similis" que significa semelhante ou parecido a outro. É uma analogia. Comparação de cousas semelhantes.

Exemplos: "Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim (do mesmo modo) é grande a sua misericórdia para com os que o temem". (Sl 103.11);

"Como o pai se compadece de seus filhos, assim (do mesmo modo) o Senhor se compadece dos que o temem". (Sl 103.13)

14. Interrogação.

Somente quando a pergunta encerra uma conclusão evidente é que é uma figura literária.

"Interrogação é uma figura pela qual o orador se dirige ao seu interlocutor, ou adversário, ou ao público, em tom de pergunta, sabendo de antemão que ninguém vai responder."

Exemplos: "Não fará justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18.25)

"Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação?" (Hb 1.14)

"Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?" (Rm 8.33)

"Com um beijo trais o Filho do homem?" (Lc 22.48)

15. Apóstrofe.

O vocábulo indica que o orador se volve de seus ouvintes imediatos para dirigir-se a uma pessoa ou cousa ausente ou imaginária.

Exemplos: "Ah, Espada do Senhor, até quando deixarás de repousar?" (Jr 47.6)

"Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão!" (2 Sm 18.33).

16. Antítese.

"Inclusão, na mesma frase, de duas palavras, ou dois pensamentos, que fazem contraste um com o outro."

Exemplos: "Vê que proponho hoje a vida e o bem, a morte e o mal." (Dt 30.15)

"Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição e são muitos os que entram por ela) porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela." (Mt 7.13,14)

17. Provérbio.

Trata-se de um ditado comum. Exemplos: "Médico cura-te a ti mesmo" (Lc 4.23); "Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra." (Mt 6.4; Mt 13.57)

18. Paradoxo.

Denomina-se paradoxo a uma preposição ou declaração oposta à opinião comum.

Exemplos: "Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos". (Mt 8.22)

"Coais o mosquito e engolis o camelo". (Mt 23.24)

" Porque quando sou fraco, então é que sou forte". (2 Cor 12.10)

Conclusão.

O que temos estudado aqui é apenas subsídios para uma interpretação mais segura. De maneira nenhuma queremos com isto substituir o método mais antigo e eficaz que existe: A leitura humilde regada de oração, jejum, e na total dependência do maior interprete das Escrituras Sagradas – O Espírito Santo.

domingo, 13 de julho de 2008

Noções de Filosofia

Definição da filosofia e metafilosofia

A palavra "filosofia" ganha em dimensões específicas de tempo e espaço, concepções novas e diferentes tornando difícil sua exata definição. São muitas as discussões sobre sua definição e seu objeto específico. Definir a filosofia é realizar uma tarefa meta-filosófica. Em outras palavras, é fazer uma filosofia da filosofia. Aqui se vê que a melhor maneira de se abordar inicialmente a filosofia talvez não seja definindo-a, pois tal definição já exige alguma filosofia.

Esse problema devia ser visto em toda sua seriedade. Não há como se definir sem que se tenha alguma compreensão dada de definição, do mesmo modo que não há como responder adequadamente a uma pergunta, se não parte de uma compreensão dada de pergunta e resposta. (Sobre a filosofia do perguntar ver Martin Heidegger, Ser e tempo, §2.)

Historicamente, a filosofia é conhecida por ser difícil de definir com precisão, não conseguindo a maioria (se não todas) das definições cobrirem tudo aquilo a que se chama filosofia.

Há outros modos de se chegar a uma concepção da filosofia, mesmo sem uma definição.

À falta de uma definição "definitiva", as introduções à filosofia geralmente apostam em apresentar uma lista de discussões e problemas filosóficos, e uma lista de questões que não são filosóficas.

Algumas questões filosóficas incluem, por exemplo, "O que é o conhecimento?", "Será que o homem pode ter livre arbítrio?", "Para que serve a ciência?" ou, até mesmo, "O que é a filosofia?" (vide metafilosofia). A forma de responder a estas questões não é, por seu lado, uma forma científica, política ou religiosa, nem muito menos se trata de uma investigação sobre o que a maioria das pessoas pensa, ou do senso comum. Envolve, antes, o exame dos conceitos relevantes, e das suas relações com outros conceitos ou teorias.

O método da listagem de discussões e problemas filosóficos tem sua limitação: o limite, é o próprio ser. Por si só, ele (o método) não permite que se veja o que unifica os debates e as discussões. É por isso, talvez, que os filósofos não costumam apelar a esse método. Ao invés disso apresentam imagens da filosofia.

Imagens da filosofia

Filósofo em Meditação, óleo de Rembrandt.

Alguns filósofos apresentaram a filosofia através de quadros, ou imagens:

  • A principal característica que Aristóteles vê num filósofo é que ele não é um especialista. O sophós (o sábio, tomado aqui como sinônimo de filósofo), é um conhecedor de todas as coisas sem possuir uma ciência específica. O seu olhar derrama-se pelo mundo, sua curiosidade insaciável o faz investigar tanto os mistérios do kosmos (o universo) como o da physis (a natureza), como as que dizem respeito ao homem e à sociedade. No fundo, o filósofo é um desvelador, alguém que afasta o véu daquilo que está a encobrir os nossos olhos e procura mostrar os objetos na sua forma e posição original, agindo como alguém que encontra uma estátua jogada no fundo do mar coberta de musgo e algas, e gradativamente, afastando-as uma a uma, vem a revelar-nos a sua real forma.
  • Para Platão, a primeira atitude do filósofo é admirar-se. A partir da admiração faz-se a reflexão crítica, o que marca a filosofia como busca da verdade. Filosofar é dar sentido à experiência.
  • Segundo Whitehead, a filosofia ocidental é uma nota de rodapé à obra de Platão.
  • Para Richard Rorty, no espírito da posição de Whitehead, a filosofia ocidental é um gênero literário.

Etimologia

A palavra "filosofia" (do grego φιλοσοφία) resulta da união de outras duas palavras: "philia" (φιλία), que significa "amizade", "amor fraterno" e respeito entre os iguais e "sophia" (σοφία), que significa "sabedoria", "conhecimento". De "sophia" decorre a palavra "sophos" (σοφός), que significa "sábio", "instruído".

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Assim, o "filósofo" seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.

A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a criação da palavra.

Filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.

Tradições filosóficas

Entre os povos que desenvolveram escritas fonéticas ou ideogramáticas, as principais tradições filosóficas são a filosofia indiana, a filosofia chinesa e a filosofia ocidental.

É provável que povos que não desenvolveram tais tipos de escrita também tivessem algum tipo de tradição filosófica. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro ("Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena", capítulo 7 de A inconstância da alma selvagem, São Paulo, Cosac & Naify, 2002) aponta para o fato de encontrarmos pontos de vista perspectivistas entre os ameríndios desde a Terra do Fogo até o Alasca, por exemplo. (Para saber mais sobre o estudo dos pressupostos do pensamento indígena veja o Projeto Amazone.)

Pensamento mítico e pensamento filosófico

A Morte de Sócrates, Jacques-Louis David, 1787.

Histórica e tradicionalmente, a filosofia inicia-se com Tales de Mileto. Ele foi o primeiro dos filósofos pré-socráticos a buscarem explicações de todas as coisas através de um princípio ou origem causal (arché) diferentemente do que os mitos antes mostravam.

Ao apresentarem explicações fundamentadas em princípios para o comportamento da natureza, os pré-socráticos chegaram ao que pode ser considerada uma importante diferença em relação ao pensamento mítico. Nas explicações míticas, o explicador é tão desconhecido quanto a coisa explicada. Por exemplo, se a causa de uma doença é a ira divina, explicar a doença pela ira divina não nos ajuda muito a entender porque há doença.

Depois dos pré-socráticos

Platão é quem inicia esta nova linguagem, a filosofia como a conhecê-mos, a busca da essência, a ontologia dos conceitos universais em detrimento do conhecimento vulgar e sensorial. Anteriormente a ele, a filosofia era discursada por sábios, era o amor pela sabedoria daqueles que haviam experimentado a própria ignorância, conceito, ao que parece atribuído por Pitágoras.

Por muito tempo a Filosofia concebia tudo o que era conhecimento, basta ver a vasta obra de Aristóteles, que abrange desde a física até a ética. Ainda hoje é difícil definir o objeto exato da filosofia.

Seus objetos próprios são:

  • Metafísica: Concernem os estudos daquilo que não é físico (physis), do conhecimento do ser (ontologia), do que transcende o sensorial e também da teologia.
  • Epistemologia: Estudo do conhecimento teoriza sobre a própria ciência e de como seria possível à apreensão deste conhecimento.
  • Ética: Para Aristóteles, é parte do conhecimento prático já que nos mostraria como devemos viver e agir.
  • Estética: A busca do belo, sua conceituação e questionamento. O entendimento da arte.

Tetragrama, o nome de DEUS.

Tetragrama YHVH

O Tetragrama YHVH (יהוה), refere-se ao nome do Deus de Israel em forma escrita já transliterada e, pois, latinizada, como de uso corrente na maioria das culturas atuais.

Originariamente, em aramaico e hebraico, era escrito e lido horizontalmente, da direita para esquerda יהוה; ou seja, HVHY. Formado por quatro consoantes hebraicasYud י Hêi ה Vav ו Hêi ה ou יהוה, o Tetragrama YHVH tem sido latinizado para JHVH já por muitos séculos.

As letras da direitas para esquerda segundo o alfabeto hebraico são:

Hebraico

Pronúncia

Letra

י

Yodh ou Yud

"Y"

ה

He ou Hêi

"H"

ו

Waw ou Vav

"V"

ה

He ou Hêi

"H"

O Tetragrama aparece mais de 6.800 vezes — sozinho ou em conjunção com outro "nome" — no texto hebraico do Antigo Testamento, a indicar, pois, tratar-se de nome muito conhecido e que dispensava a presença de sinais vocálicos auxiliares (as vogais intercalares).

Os nomes YaHVeH (vertido em português para Javé), ou YeHoVaH (vertido em português para Jeová), são transliterações possíveis nas línguas portuguesas e espanholas , mas alguns eruditos preferem o uso mais primitivo do nome das quatro consoantes YHVH, já outros eruditos favorecem o nome Javé (Yahvéh ou JaHWeH). Ainda alguns destes estudiosos concordam que a pronúncia Jeová (YeHoVaH ou JeHoVáH), seja correcta, sendo esta última, a pronúncia mais popular do Nome de Deus em vários idiomas.




(Letras Hebraicas י (yod) ה (heh) ו (vav) ה (heh), ou Tetragrama YHVH

a Bíblia Hebraica e Sept uaginta Grega

YHWH grafado em páleo-hebraico, em fragmento da Septuaginta Grega ainda usada no 1Século d.C.

A antiguidade e legitimidade do Tetragrama como O Nome de Deus para os judeus pode ser comprovada na conceituada tradução para o grego da Bíblia Hebraica, chamada Septuaginta Grega, onde o Tetragrama aparece escrito em hebraico arcaico ou páleo-hebraico. Foram encontrados em fragmentos de cópias primitivas da LXX (Papiro LXX Lev. b, Caverna n.º 4 de Qumran, datado como sendo do 1Século a.C.) onde o Tetragrama YHWH' é representado em letras gregas (Levítico 3:12; 4:27).

Estudos revelam que apenas em cópias posteriores da Septuaginta Grega, datadas do final do 1Século d.C. em diante, os copistas começaram a substituir o Tetragrama YHWH por Kýrios, que significa SENHOR (em letras maiúsculas) e por Theós, que significa Deus. Foi devido a isto, a razão de YHWH ter desaparecido graficamente do texto do Novo Testamento em algumas traduções bíblicas.

Outros conceitos sobre Deus YHWH

Outros estudiosos encaram YHWH como um deus da natureza adorado no Sul de Canaã e pelos nómades dos desertos circundantes, intimamente ligado ao Monte Horebe, na Península do Sinai. Segundo o livro bíblico de Génesis, foi o Deus YHWH que se revelou ao semita Abrão (depois chamado de Abraão) em Ur, na Baixa Mesopotâmia. Historicamente, surge aqui o princípio do monoteísmo hebraico no interior de uma sociedade fortemente politeísta.

O Deus YHWH é deste modo identificado como a Divindade que causou o Dilúvio Bíblico. É o Deus de Adão, de Abel, de Enoque e de Noé. É o Criador do Universo e de todas as formas de vida na Terra. É também chamado por Adonaí (Soberano Senhor), Elohím (Deus, e não deuses, visto que trata-se de plural majestático), Ha Adhóhn (o [Verdadeiro] Senhor), Elyóln (Deus Altíssimo) e El-Shadai (Deus Todo-poderoso).

Assim, o Deus YHWH se assume como um deus familiar, o "Deus de Abraão, de Isaque e Jacó", protector da linhagem do "descendente" [ou "semente"] de Abraão. De seguida, torna-se no Deus das 12 tribos de Israel. É o Deus Libertador do povo de Israel da escravidão no Egipto e quem o faz conquistar a terra de Canaã. Para tal, revela-se a Moisés, a quem entrega seus Dez Mandamentos no monte Sinai. Para sua adoração e cumprimento de sua Lei, são constituídos sacerdotes os da tribo de Levi, ou Levitas, sob a liderança do Sumo Sacerdote, da linhagem de Aarão.

Com o estabelecimento da Monarquia do Antigo Israel, e mesmo após a divisão do Reino, emerge o papel dos profetas do Antigo Testamento como porta-vozes especiais do Deus YHWH. Tornam-se desse modo figuras-chave na vida religiosa, com uma autoridade única. Também consolidam a ideia da vinda do Messias como o "Ungido" de YHWH, descendente da Tribo de Judá e da Casa Real de David.

Temerosos em Transgredir a Lei de Deus

O Tetragrama YHWH no alfabeto fenício, aramaico e hebraico moderno.

O Tetragrama que aparece milhares de vezes nas escrituras sagradas era um nome muito conhecido na época de Jesus Cristo, contudo com a passar do tempo o significado fonético se perdeu. Para alguns estudiosos da literatura judaica, esse que deveria ser o nome de Deus era impronunciável, e segundo a explicação cientifica dos judeus, passaram a não pronunciar o nome do Deus Todo Poderoso, porque se sentiam temerosos em transgredir o terceiro mandamento de Deus no Decálogo.

Não tomarás o nome de YHVH, teu Deus, em vão [ou "dum modo fútil", blasfêmia], pois YHVH não considera impune aquele que tomar seu nome em vão.

Assim, em determinado período, surgiu entre os judeus uma idéia supersticiosa, de que era errado até mesmo pronunciar o Tetragrama YHWH. Não se sabe exatamente em que se baseou a descontinuidade do uso deste nome. Alguns sustentam que o nome era considerado sagrado demais para ser proferido por lábios imperfeitos. Mas uma pesquisa no Velho Testamento não revela nenhuma evidência de que quaisquer dos adoradores de YHWH alguma vez hesitassem em proferir o nome Dele. Documentos hebraicos não-bíblicos, tais como as chamadas Cartas de Laquis, mostram que YHWH era usado na correspondência comum na Palestina na última parte do 7Século A.C.

Outro conceito sustenta que se pretendia impedir que povos não-judaicos (gentios) conhecessem O Nome e possivelmente o usassem mal. Todavia, o antigo Testamento afirma que o próprio YHWH faria com que Seu nome "fosse declarado em toda a Terra", para ser conhecido até mesmo aos seus adversários. (Êxodo 9:16; Isaías 64:2; Jonas 1:1,17) O Nome do Deus de Israel era conhecido e usado por nações pagãs [politeístas] tanto antes da Era Cristã como nos primeiros séculos dela.

A origem da superstição


Texto massorético com pontos vocálicos

Não existem certezas do(s) motivo(s) originalmente apresentado(s) para se descontinuar a pronúncia correcta do Tetragrama YHWH, assim como também há muita incerteza quanto à época em que tal conceito supersticioso se iniciou. Alguns afirmam que começou após o Exílio Babilónico. Mas o profeta Malaquias, foi um dos últimos escritores do Velho Testamento (na última metade do 5Século a.C., dá grande destaque ao Nome Divino.

Outras obras de referência sugerem que O Nome deixou de ser usado por volta de 300 a.C.. Evidência para esta data foi supostamente encontrada na ausência do tetragrama (ou de uma transliteração dele) na tradução Septuaginta Grega, iniciada por volta de 280 a.C.. É verdade que as cópias mais completas dos manuscritos da Septuaginta Grega agora conhecidas seguem uniformemente o costume de substituir o Tetragrama YHWH por expressões substitutas. Estes manuscritos principais, remontam apenas ao 4.º e ao 5séculos d.C. Mas descobriram-se recentemente cópias mais antigas da Septuaginta Grega que continham o Tetragrama YHWH, embora em forma fragmentária.

Uma delas, descoberta no Egipto, são os restos fragmentários dum rolo de papiro da LXX com uma parte de Deuteronómio (32:3,6) identificado como Papiro Fouad Inventário n.° 266. Apresenta 49 vezes o Tetragrama YHWH, escrito em caracteres hebraicos quadrados, em cada ocorrência no texto hebraico traduzido. Registram-se mais três ocorrências de YHWH em fragmentos não identificados (116, 117 e 123). Os peritos datam este papiro como do Século I a.C. , e neste caso, foram escritos quatro ou cinco séculos antes dos manuscritos já mencionados.

Comentando que os fragmentos mais antigos da Septuaginta Grega realmente contêm YHWH, o Dr. P. Kahle diz:

"Sabemos agora que o texto grego da Bíblia [a Septuaginta], no que tange a ter sido escrito por judeus para judeus, não traduziu o nome divino por Kýrios, mas o Tetragrama escrito com letras hebraicas ou gregas foi retido em tais manuscritos. Foram os cristãos que substituíram o Tetragrama por Kýrios, quando o nome divino em letras hebraicas não era mais entendido'."


Assim, pelo menos em forma escrita, não existe evidência sólida de qualquer desaparecimento ou abandono da pronúncia do Tetragrama YHWH no período a.C..

No 1Século, surge pela primeira vez alguma evidência duma atitude supersticiosa para com esse nome. Flávio Josefo, historiador judeu que descendia duma família sacerdotal, após narrar a revelação que Deus forneceu a Moisés no local do espinheiro ardente, ao falar sobre pronúncia do Nome de Deus do tetragrama YHWH menciona apenas:

"O Nome sobre o qual estou proibido de falar."


Esta mudança ocorreu nas traduções gregas da Septuaginta nos séculos que se seguiram à morte de Jesus Cristo (YEHSHUA) e de seus apóstolos. Na versão grega de Áquila, que data do 2século d.C., e na Hexapla de Orígenes, que data por volta de 245 a.C., YHWH ainda aparecia em caracteres hebraicos.[4]

Ainda no 4Século d.C., Jerônimo, perito bíblico e tradutor da Vulgata Latina, diz no seu prólogo dos livros bíblicos de Samuel e de Reis:

"E encontramos o nome de Deus, o Tetragrama, em certos volumes gregos mesmo hoje, expresso em letras antigas.

A pronúncia do Tetragrama YHWH

O Códice Leningrado, do 11Século d.C.

Na segunda metade do primeiro milénio na nossa era, os escribas conhecido por massoretas introduziram um sistema de sinais vocálicos para facilitar a leitura do texto consonantal em hebraico que poderia conduzir a inumeros significados e em vez de inserir os sinais vocálicos correctos de YHWH, colocaram outros sinais vocálicos para lembrar ao leitor que ele devia dizer Adhonaí ("Soberano Senhor") ou Elohím ("Deus").

O Códice de Leningrado, do 11Século d.C., tem no Tetragrama YHWH, sinais vocálicos para rezar Yehvíh, Yehváh e Yehováh. A edição de Ginsburg do texto massorético tem sinais vocálicos para que reze Yehováh. (Génenis 3:14) Os hebraístas em geral são a favor de Yahvéh como a pronúncia mais provável. Salientam que a forma abreviada do nome é Yah (ou Jah, na forma latinizada), como no Salmo 89:8 e na expressão HaeluYah (que significa "Louvai a Jah!"; em português, é vertida por Aleluia). Também as formas Yehóh, Yoh, Yah e Yáhu, encontradas na grafia hebraica dos nomes Jeosafá, Josafá, Sefatias e outros, podem todas ser derivadas de Yahwéh. As transliterações gregas feitas pelos primitivos escritores cristãos indicam uma direcção algo similar. Ainda assim, de modo algum há unanimidade sobre o assunto entre os peritos.

A posição actual das Testemunhas de Jeová sobre este ponto resume-se ao seguinte: Visto que, actualmente, não se pode ter certeza absoluta da pronúncia, parece não haver nenhum motivo para abandonar, em português, a forma bem conhecida, Jeová, em favor de Javé. Se tal mudança fosse feita, então, a bem da coerência, deviam ser feitas alterações na grafia e na pronúncia de uma infinidade de outros nomes encontrados na Bíblia. Por exemplo, Jeremias seria mudado para Yir.meyáh, Isaías se tornaria Yesha.yá.hu, e Jesus seria pronunciado Yehoh.shú.a em hebraico ou I.e.soús, no grego.

No entanto reconhecem no livro Estudo Perspicaz das Escrituras:

"Na segunda metade do primeiro milênio EC, peritos judeus introduziram um sistema de sinais para representar as vogais ausentes no texto consonantal hebraico. Com referência ao nome de Deus, em vez de inserir os sinais vocálicos corretos dele, colocaram outros sinais vocálicos para lembrar ao leitor que ele devia dizer ’Adho•naí (que significa “Soberano Senhor”) ou ’Elo•hím (que significa “Deus”)."

Assim, Para a denominação religiosa Testemunhas de Jeová, conhecer e divulgar o nome pessoal de Deus é considerado muito importante.

Frequência nos escritos originais.

Soletração do Tetragrama no texto massorético Hebraico com pontos vocálicos em vermelho. (Clicar na imagem para ampliar.)

Muitos eruditos e tradutores da Bíblia defendem que se siga a tradição de eliminar o nome de Deus. Alegam que a incerteza a respeito da pronúncia do Tetragrama YHWH justifica a eliminação, e também sustentam que a supremacia e a existência ímpar do Verdadeiro Deus tornam desnecessário que Ele tenha um nome específico para se identificar dos "demais deuses". Mas este conceito não encontra apoio na Bíblia, quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento.

O Tetragrama YHWH ocorre 6.828 vezes no texto hebraico da Bíblia Hebraica de Kittel (BHK) e da Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS). A frequência em que aparece o Tetragrama atesta a sua importância. Seu uso em todas as Escrituras ultrapassa em muito, o de quaisquer nomes-títulos, tais como "Soberano Senhor (em hebr. Adhonaí)", "o [Verdadeiro] Senhor" (em hebr. Ha Adhóhn), Altíssimo (em hebr. Elyóln) "o [Verdadeiro] Deus" (em hebr. Ha Elohím) e "Deus" (em hebr. Elohím).

É digno de nota a importância atribuída aos próprios nomes entre os povos semíticos.

O Prof. G. T. Manley indica:

"O nome não é simples rótulo, mas é representativo da verdadeira personalidade daquele a quem pertence. ... Quando uma pessoa coloca seu nome numa coisa ou em outra pessoa, esta passa a ficar sob sua influência e proteção."[7]

Uso Moderno

Algumas versões da Bíblia, transcrevem o Tetragrama como Jeová:

Visto que a pronunciação original de יהוה é desconhecida, e visto que já por séculos o uso da tradução Jeová passou a ser amplamente divulgado e estabelecido entre muitos cristãos, tornando-se uma pronúncia familiar em muitos idiomas, vários grupos religiosos, mais notavelmente as Testemunhas de Jeová, continuam a usá-la, ainda que muitos outros grupos religiosos favoreçam a pronúncia Javé ou Yahvé, ou mesmo o titulo SENHOR.

Outros usos de YHWH

Geneva Bible, 1560. (Salmo 83:18)

Sendo amplamente conhecido, durante seculos antes da era comum não havia dúvidas quanto a sua pronúncia, o que explica a ausência de um abjad - um sistema de escrita com símbolos das letras que representam as consoantes.

A tradição religiosa dos judeus, especialmente a sua tradição esotérica e mística, a cabala, considera o Nome de Deus tão sagrado quanto impronunciável. Não se sabe ao certo a origem de tal tradição, ou como ela se desenvolveu com o tempo. Crê-se que se tenha originado no alegado receio de desobedecer o 3º dos Dez Mandamentos dados a Moisés. "Não pronunciarás em falso o nome de Yahvé [YHWH] teu Deus, porque Yahvé [YHWH] não deixará impune aquele que pronunciar em falso o seu nome." (Êxodo 20:7, BJ - A proibição seria sobre o mau uso do Nome Divino, não sobre o seu uso.)

De qualquer maneira, os judeus em algum período pós-exílico, adotaram a palavra hebraica Adhonai (que significa "Soberano Senhor") ao pronunciarem o Tetragrama Sagrado. Assim, YHWH recebeu sinais vocálicos - colocados por copistas judeus chamados massoretas - de forma que fosse pronunciado Adonai. Sendo assim, ficou reservado apenas aos copistas e sacerdotes a correcta pronúncia de YHWH codificada num sistema de sinais vocálicos.

A pronúncia Jeová, além de aparecer em algumas versões bíblicas, também é usada pelos maçons, e rosacruzes. As correntes ligadas ao Cristianismo Esotérico, tais como a Gnose e a Rosacruz, identificam esse tetragrama como designação do Espírito Santo, e não do Deus-Pai.

Na Cabala judaica

Segundo a Cabala judaica, a Torá teria sido revelada a Moisés no alto do Monte Sinai, e ele teria registrado de forma escrita aquilo que só poderia ser entendido directamente de Deus, garantindo assim que permaneça impronunciável. Afirmam uma eventual relação do Tetragrama com o nome de Adão (Yode) e Eva (Chavah) no Génesis, já que Yode-cHaVaH é exactamente YHWH, o Tetragrama Sagrado, dando a entender uma relação mais profunda ainda entre o "Senhor Deus" e sua obra.

Com o decorrer do tempo, os judeus adoptaram outras expressões substitutas para se referir ao Tetragrama Sagrado: "O Nome", "O Bendito" ou "O Céu".

Na Cabala, as palavras correspondem a valores que são calculados usando-se uma atribuição de valores às letras do alfabeto hebraico. Isto chama-se gematria. É considerado um dos mais importantes mecanismos de interpretação do texto bíblico usados pelos cabalistas e místicos judeus. Usando gematria, os cabalistas calculam o valor numérico do Tetragrama Sagrado como sendo 26 (Yode = 10, Hê = 5, Vau = 6, Hê = 5; 10 + 5 + 6 + 5 = 26 ), cujo número menor é 8 (2+6). Para os rabinos, o número 26 também é sagrado pois identifica-se com o Tetragrama YHWH. Os ocultistas interpretam o Tetragrama YHWH e outros símbolos cabalisticos como signos mágicos poderosos capazes de abrir as portas da consciência humana.

“Jeová” ou “Javé”?

Nome IEHOVAH escrito numa parede de uma igreja norueguesa. (Fonte: o nome Divine em Noruega)

Apesar da discussão sobre sua origem e significado, muitos afirmam que os sons vocálicos originais do Tetragrama YHWH jamais serão conhecidos, estando perdida a pronúncia original. Tal posição tem levado a debates apaixonados sobre o assunto, tanto por parte de eruditos como de religiosos, o que têm produzido interessantes conclusões.

Alguns argumentam que se o nome de Deus fosse Jeová, não se falaria aleluia (Hallelu Yah), e sim aleluieo ou Hallelu Yeho - ("Glória a Yehowah" Jeová). Mas Hallelu Yah - (Jah seja louvado").

Esta controvérsia vem sendo travada por muitos anos. Atualmente, muitos eruditos parecem favorecer o nome “Javé” (ou “Iahweh”), de duas sílabas. Mesmo assim, o Hebraico ou Aramaico, não se usava vogais, era apenas composta por consoantes.

Mas, considerando alguns exemplos de nomes próprios encontrados na Bíblia, que incluem uma forma abreviada do nome de Deus na tradução Jeová. George Wesley Buchanan, professor emérito no Seminário Teológico de Wesley, Washington DC, EUA, afirma que esses nomes próprios podem fornecer indicação de como se pronunciava o nome de Deus.

Jehovah em manuscritos de William Blake.

George Wesley Buchanan explica:

"Na antiguidade, os pais muitas vezes davam aos filhos o nome de suas deidades. Isto significa que pronunciavam os nomes dos filhos assim como se pronunciava o nome da deidade. O Tetragrama foi incluído em nomes de pessoas, e eles sempre usavam a vogal do meio."

Por exemplo, Jonatã aparece como (Yo•na•thán ou Yeho•na•thán) na Bíblia hebraica, significa “YHWH deu”. O nome do profeta Elias é ’E•li•yáh ou ’E•li•yá•hu. Segundo o Professor Buchanan, Elias significa: “Meu Deus é [YHWH].” Da mesma forma, o nome hebraico para Jeosafá (Yeho•sha•phát), significa “YHWH julgou”.

A pronúncia do Tetragrama com duas sílabas, como “Javé” (ou “Yahweh”), não permitiria a existência do som da vogal o como parte do nome de Deus. Mas, nas dezenas de nomes bíblicos que incorporam o nome divino, o som desta vogal do meio aparece tanto nas formas originais como nas abreviadas, como em Jeonatã e em Jonatã.

O Professor Buchanan diz a respeito do Nome Divino:

"Em nenhum caso se omite a vogal oo ou oh. A palavra era às vezes abreviada como ‘Ya’, mas nunca como ‘Ya-weh’. . . . Quando o Tetragrama era pronunciado com uma só sílaba, era ‘Yah’ ou ‘Yo’. Quando era pronunciado com três sílabas, era ‘Yahowah’ ou ‘Yahoowah’. Se fosse alguma vez abreviado a duas sílabas, teria sido como ‘Yaho’." - Biblical Archaeology Review.



JEHOVA em trechos de Raymond Martin em Pugio Fidei adversus Mauros et Judaeos de 1270 (pag. 559).

Segue-se outra declaração feita pelo hebraísta Wilhelm Gesenius, no Dicionário Hebraico e Caldaico das Escrituras do Velho Testamento (em alemão):

"Os que acham que יהוה [Ye-ho-wah] era a pronúncia real [do nome de Deus] não estão totalmente sem base para defender sua opinião. Assim se podem explicar mais satisfatoriamente as sílabas abreviadas והי [Ye-ho] e יו [Yo], com que começam muitos nomes próprios."


Na introdução da tradução de (Os Cinco Livros de Moisés), Everett Fox afirma:

"Tanto as tentativas antigas como as novas, para recuperar a pronúncia ‘correta’ do nome hebraico [de Deus], não foram bem-sucedidas; não se pode provar conclusivamente o ‘Jeová’ que se ouve às vezes, nem o padrão erudito ‘Javé’ ‘Iahweh’.


O nome IEHOVAH exibido numa Igreja Católica de Olten, Suíça, 1521.

Os estudos eruditos continuarão. Os judeus deixaram de pronunciar o nome de Deus antes dos massoretas desenvolverem o sistema de pontos vocálicos. Não há como se provar quais vogais acompanhavam as consoantes YHWH (יהוה).

Ainda assim, os nomes próprios de personagens bíblicos fornecem indício da antiga pronúncia do nome de Deus. Assim, alguns eruditos concordam que a pronúncia “Jeová”, seja correcta.

A pronúncia original de יהוה é desconhecida, mas por séculos o uso da tradução Jeová[11], passou a ser amplamente divulgado e estabelecido entre muitos cristãos, tornando-se uma pronúncia familiar e popular em muitos idiomas, assim vários grupos religiosos, mais notavelmente as Testemunhas de Jeová, continuam a usá-la, ainda que muitos outros grupos religiosos favoreçam a pronúncia Javé ou Yahvéh, ou mesmo o titulo SENHOR. Segundo elas, os diversos nomes próprios existentes são muitas vezes pronunciados de maneiras diferentes à língua original, e assim como o nome "Jesus", transliterado do original Ye·shú·a‘ ou [vindo de Josué] Yehohshú·a‘, não se deveria abandonar o uso do nome "Jeová" simplesmente por não se saber a pronúncia exata deste[12].

Transcrição em diferentes Idiomas

Africâner

Jehóva

Romeno

Iehova

Árabe

Igova/Jahova [1]يهوه

Māori

Ihowa

Awabakal

Yehóa

Motu

Iehova

Bósnio

Jehova

Macedônio

Јахве

Bugotu

Jihova

Narrinyeri

Jehovah

Búlgaro

Йехова

Nembe

Jihova

Croata

Jehova / Jahve

Petats

Jihouva

Dinamarquês

Jahve (/ Jehova)

Polonês

Jehowa / Jahwe

Holandês

Jehova / Jahwe(h)

Português

Iavé (Javé) Yahweh / Jeová

Efik

Jehovah

Ewe (Ʋegbe)

Yehowah

Inglês

Jehovah / Yahweh

Russo

Иегова / Яхве

Fijian

Jiova

Samoan

Ieova

Finlandês

Jahve / Jehova

Sérvio

Јехова / Jehova

Francês

Yahvé / Jéhovah

SeSotho

Jehova

Futuna

Ihovah

Espanhol

Yavé Yahveh /Jehová

Alemão

Jehova / Jahwe

KiSwahili

Yehova

Grego

Iehova / Yiahve Ιεχωβά / Γιαχβέ

Sueco

Jehova / Jahve

Húngaro

Jahve / Jehova

Tagalo

Jehova/Yahweh

Igbo

Jehova

Taitiano

Jehovah

Indonésio

Yehuwa

Tongan

Jihova

Italiano

Geova / Jahve

Turco

Yehova

Japonês

EHOBA/YAHAWE エホバ / ヤハウェ

XiVenda

Yehova

Coreano

Yeohowa 여호와 / Yahwe 야훼

Xhosa

u Yehova

Mandarim chinês tradicional

Yéhéhuá / Yǎwēi / Yǎwēi 耶和華/雅威/雅巍

Yoruba

Jehofah

Mandarim chinês simples

Yéhéhuá / Yǎwēi / Yǎwēi 耶和华/雅威/雅巍

Zulu

u Jehova

Fonte da pesquisa: Wikipédia, a enciclopédia livre.